Grande Prêmio da Alemanha de 1981






Se existia uma pista que parecia ser feita sobre medida para os motores turbo, era Hockenheim. Com suas enormes retas cortando a Floresta Negra, a pista alemã privilegiava claramente a potência pura e simples e por isso não foi surpresa ver a Renault novamente na primeira fila com seus dois pilotos, com a grande diferença de Alain Prost, já considerado a maior revelação do ano, conseguindo sua primeira pole na F1, superando René Arnoux. Prost já começava a se mostrar um piloto a ser observado.

Após duas corridas atrapalhadas pela transição dos pneus Michelin para Goodyear, a Williams voltava à boa forma e utilizando o ótimo acerto do chassi FW07, os dois carros brancos ficaram com a segunda fila, mesmo 1s atrás dos carros da Renault. O único piloto que enfrentava os dois pilotos da Williams no campeonato era Nelson Piquet e o brasileiro teve que se conformar com uma sexta posição, mas o piloto da Brabham preferia as pistas rápidas como Hockenheim e prometia uma boa corrida.

Grid:
1) Prost(Renault) – 1:47.50
2) Arnoux(Renault) – 1:47.96
3) Reutemann(Williams) – 1:48.43
4) Jones(Williams) – 1:48.49
5) Pironi(Ferrari) – 1:49.00
6) Piquet(Brabham) – 1:49.03
7) Laffite(Ligier) – 1:49.28
8) Villeneuve(Ferrari) – 1:49.44
9) Watson(McLaren) – 1:49.52
10) De Cesaris(McLaren) – 1:49.58

O dia 2 de agosto de 1981 estava nublado em Hockenheim, mas não havia perspectiva de chuva para o rapidíssimo circuito alemão. Afinal, correr com spray na cara a mais de 300 km/h não era uma sensação que nenhum piloto queria sentir. No grid de largada, Carlos Reutemann mostrava suas intenções quando colocou seu Williams praticamente no meio da pista, entre os dois carros da Renault. A largada ainda não era um dos pontos fortes do carro francês, mas em sua primeira pole na carreira, Prost se deu bem e ficou com a primeira posição, com Reutemann se metendo entre os dois carros da Renault e tomando o segundo posto de Arnoux. Laffite também ultrapassa Piquet ainda antes da primeira curva, enquanto o pelotão ia sempre problemas em direção a Floresta Negra.

Enquanto Prost liderava a corrida, o outro piloto da Renault tinha problemas. Depois de ser ultrapassado por Jones, Arnoux é atingido por Nelson Piquet numa briga por posição e o francês tem que ir aos boxes no final da primeira volta com o pneu traseiro direito furado. Mesmo nas últimas posições, Arnoux ainda seria um fator mais tarde. Piquet também tem problemas, com parte da asa dianteira quebrada, mas graças ao efeito-solo, isso não atrapalharia tanto o brasileiro. Ainda na segunda volta, o motor de Pironi explode e Prost não conseguia se ver livre de Reutemann, enquanto Jones marcava a melhor volta da corrida em sua perseguição aos dois líderes, e Piquet ultrapassava Laffite na grande reta da floresta. Na quinta volta Jones ultrapassa o desafeto Reutemann e vai em busca de Prost, que teimava em não disparar na ponta. Logo o australiano colava em Prost e os dois iniciavam em bela briga pela primeira posição, com direito a toques de rodas na região do Estádio.

Depois de algumas tentativas, Jones diminui seu ímpeto, vendo que não intimidaria o jovem Prost daquela forma e permite a chegada de Reutemann e Piquet, que encostava no primeiro pelotão. A diferença entre o primeiro e o quarto colocado era de 2s, enquanto o quinto colocado Laffite já vinha longe. Piquet ultrapassa Reutemann e quando começava a atacar Jones, tem problemas de superaquecimento em seu motor e diminui seu ritmo, permitindo Reutemann reconquistar a terceira posição e vindo no embalo, o argentino acaba por ultrapassar o companheiro de equipe. Da segunda a quarta posição, Jones, Reutemann e Piquet tinham ocupado todas as posições, enquanto Prost permanecia na ponta, mas com seus rivais colados em sua traseira, esperando um erro do francês.

Naqueles tempos, havia uma disputa toda particular entre os vários pilotos franceses que corriam na F1 na época para ver quem seria o primeiro francês a ser Campeão Mundial. Isso trazia muita rivalidade entre os pilotos gauleses e dentro da Renault a relação entre Prost e Arnoux não era nada boa. Isso ficou claro quando Arnoux, nas últimas posições depois do toque na primeira volta, não aliviou quando estava prestes a receber uma volta do companheiro de equipe, permitindo a Jones, que havia deixado Reutemann para trás novamente, dar o bote e assumir a ponta da corrida. Imediatamente, Jones abriu uma boa diferença para Prost, mas o francês não era atacado por Reutemann, que perdia rendimento até ter o motor estourado na metade da corrida. Quando tem 11s de vantagem sobre Prost, Alan Jones diminui seu ritmo, já pensando em administrar a corrida, mas o australiano nem precisava se dar a esse trabalho, pois Prost tinha problemas com o seu motor Renault e o seu carro falhava em altas rotações. Piquet deixou Prost para trás facilmente quando faltavam dez voltas para o fim e parecia que esse seria o fim, quando Jones começa a ter problemas em seu motor, ficando muito lento na pista. Nas últimas voltas Piquet assume a liderança da corrida e a vence nas últimas voltas, acabando com uma má fase do campeonato, em que marcou apenas oito pontos em quatro corridas. Desesperado e tentando marcar alguns pontos, Jones permanece na pista, mas acaba indo aos boxes no fim, terminando seu dia sem pontos, mesmo tendo liderado várias voltas. Prost, mesmo com os problemas em seu carro, ainda fica em segundo, com Laffite completando o pódio de forma bem discreta. Se Piquet havia vencido duas corridas na base da dominação no começo do ano, em Hockenheim o brasileiro usou toda a sorte que havia lhe deixado na mão nas últimas corridas. Uma sorte de campeão!

Chegada:
1) Piquet
2) Prost
3) Laffite
4) Rebaque
5) Cheever
6) Watson

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