2009 - Jenson Button

A Temporada de Fórmula 1 de 2009 foi a 60ª temporada da história do Campeonato do Mundo FIA de Fórmula 1. A temporada contou com 17 rondas, começando no Grande Prémio da Austrália, a 29 de Março de 2009, acabando por terminar no Grande Prémio de Abu Dhabi (em estreia), a 1 de Novembro de 2009.

Jenson Button e a Brawn GP conquistaram os títulos de pilotos e constructores, respectivamente, no Grande Prémio do Brasil, a penúltima ronda do campeonato. Tanto para Button, como para a Brawn, foram os seus primeiros sucessos na Fórmula 1. Também para a história dos campeonatos mundiais ficou o facto de, pela primeira vez, uma equipa ter ganho o campeonato no ano de estreia. Jenson tornou-se o 10º britânico a vencer o Mundial, sendo também a 1ª vez que dois britânicos venceram o campeonato em anos consecutivos (Hamilton tinha-o feito no ano anterior). Graham Hill (1968) e Jackie Stewart (1969) tinham feito o mesmo, mas não eram ambos ingleses como no caso de Button e Hamilton.

Dez equipas participaram no Campeonato Mundial, após uma mudança radical nas regras numa tentativa da FIA em cortar custos devido à crise, e, também, em melhorar o espectáculo nas pistas. Para o último caso, foram trazidos de volta os pneus slicks, mudanças enormes nas restrições aerodinâmicas e a introdução do KERS (Kinetic Energy Recovering System, ou seja, Sistema Cinético de Recuperação de Energia), numa das maiores mudanças no regulamento de um ano para o outro de sempre.

A equipa Brawn, que surgiu das cinzas da Honda F1, conquistou seis triunfos nas sete primeiras corridas, muito devido ao facto de terem passado os 2 anos anteriores a trabalhar no carro desta temporada. Devido a isto, a equipa conquistou muitos pontos no início do ano, com as outras equipas a apenas terem chegado a esse nível a partir da segunda metade do ano.

No início do ano, Bernie Ecclestone (presidente da FOM) tentou colocar em prática o "sistema de medalhas", no qual afirmava que quem conquistasse a vitória (ouro) mais vezes deveria levar o título. Acabou por falhar em colocar a sua ideia em prática, nem para este ano, nem em 2010.

Até 2009, a F-1 havia vivido na segunda metade da década de 2000 uma verdadeira epopeia em altíssimo nível, cujo clímax havia sido o fantástico campeonato de 2008 - um Mundial para lavar a alma, com direito a quase tudo o que um bom campeonato pode proporcionar. Tudo isso após uma decisão tripla em 2007 e o duelo entre o "Rei" e o "Príncipe" em 2006.

A verdade é que após o final do campeonato de 2007, era impossível imaginar algo ainda melhor em 2008, mas isso aconteceu. E novamente, após 2008, era impossível imaginar um campeonato mais emocionante e competitivo em 2009. Em função disso, as previsões eram um tanto quanto imprecisas e giravam em torno da continuidade, não do imprevisível.

Por exemplo: McLaren e Ferrari eram apontadas como favoritas óbvias. BMW Sauber surgia como postulante ao título, bem como a Red Bull, que agora contaria com o fenômeno Sebastian Vettel, já tido como um piloto verdadeiramente diferenciado. A Renault ainda tinha Fernando Alonso, a Toyota era a incógnita de sempre e a Honda... bem, a Honda havia fechado as portas no fim de 2008 e, às vésperas do início do campeonato de 2009, havia surgido sob a batuta de Ross Brawn, rebatizada como Brawn GP e contando com Jenson Button e Rubens Barrichello em seus cockpits.

Como se vê, ou a disputa pelo título seria épica, ou seria um porre. Eram muitos os candidatos ao estrelato. Pelo menos quatro equipes com um piloto de ponta. Mas quando os carros finalmente foram à pista para os testes de pré-temporada, a realidade do campeonato já estava estabelecida: surpreendentemente, seria a recém-nascida Brawn GP contra o resto.

E por resto, entenda-se apenas a Red Bull, a Force India (!) e, nas últimas provas do campeonato, a renascida McLaren. A Ferrari, de desempenho pífio, foi a equipe mais perdida do ano. Com decisões erradas do início ao fim, foi o time que mais sofreu com o fim dos testes ao longo do ano e, para piorar, perdeu Felipe Massa para o restante do Mundial após o grave acidente no treino classificatório para o GP da Hungria, voltando a escolher mal, muito mal, seu substituto: a princípio, Michael Schumacher. Depois do frissom e da desistência do alemão por problemas físicos, restou o pífio Luca Badoer. Após duas provas, foi a vez de Giancarlo Fisichella conseguir a proeza de não marcar nenhum pontinho em seis corridas. Sem dúvida, o fiasco do ano.

Enquanto isso, Brawn GP e Red Bull colecionavam vitórias. O "problema", para os fãs da F-1 e até mesmo para os rivais do time recém-criado por Ross Brawn, é que após o GP da Turquia - sétima etapa do campeonato - o campeão mundial já estava praticamente definido. E era Jenson Button. Dono de assustadoras seis vitórias em sete corridas.

O britânico deu início à já lendária saga da equipe ao conquistar pole e vitória logo na estreia dos carrinhos brancos, em Melbourne, na Austrália. De quebra, veio a dobradinha, com Rubens Barrichello em segundo. Algo que não acontecia desde 1954, quando a Mercedes - curiosamente, fornecedora de motores da Brawn GP - conseguiu atingir o mesmo feito, com Juan Manuel Fangio e Karl Kling.

Na Malásia, uma rara tempestade provocou a interrupção da prova no momento em que Button liderava o pelotão. Mais uma vitória para o inglês, desta vez valendo apenas a metade dos pontos.

Na China, no entanto, foi a vez de Sebastian Vettel atingir sua própria marca histórica: sob chuva, o alemão, recém-contratado pela Red Bull, levou sua equipe à primeira vitória na história e tornou-se um dos raros pilotos a levar duas equipes diferentes ao primeiro triunfo de suas histórias - em 2008, Sebastian venceu a única da Toro Rosso até o momento.

No entanto, do Bahrein em diante, só deu Button. Vitórias no deserto asiático, na Espanha, no Principado de Mônaco e na Turquia. Após sete provas, o placar mostrava Jenson com 61 pontos, contra 35 de Barrichello. O brasileiro aparecia como único rival do britânico, mas apesar da igualdade de condições, nem de longe era uma ameaça.

A partir do GP da Inglaterra, porém, o campeonato ganhou novos temperos - nada que fosse suficiente para criar uma disputa eletrizante pelo título ou para ameaçar a liderança de Button no campeonato. Serviu apenas para deixar o suspense no ar e adiar uma conquista que, desde o início do campeonato, já era dada como certa.

Em Silverstone, a vitória ficou com Vettel, que pulou para 39 pontos, contra 41 de Barrichello, ainda vice-líder. Na Alemanha, foi a vez de Mark Webber triunfar pela primeira vez na carreira, em uma atuação genial, com direito a 'drive through' e um ritmo alucinante após a punição. A Red Bull, definitivamente, era a única rival visível da Brawn GP. Neste momento, Vettel assumiu a vice-liderança e Webber pulou para o terceiro lugar. Ambos relegaram Barrichello à quarta posição no campeonato.

No caótico fim de semana na Hungria, no entanto, foi a vez de Lewis Hamilton vencer a primeira na temporada e recolocar a McLaren no caminho das vitórias. E foi somente no GP da Europa, em Valência, 11ª etapa do campeonato, que Rubens Barrichello finalmente voltou a vencer, após um jejum de mais de cinco anos. O triunfo deu novo ânimo ao brasileiro na luta pelo título, mas já era um tanto quanto tarde para uma reação. Naquele momento, o placar mostrava 72 pontos para Button contra 54 de Rubinho.

E quando todos esperavam que o brasileiro finalmente seria capaz de fazer frente a seu companheiro de equipe, veio o GP da Bélgica. Jenson ficou na largada e deixaria o caminho livre para Rubens, mas o brasileiro mais uma vez teve uma largada ridícula e, em prova de recuperação, logrou apenas o sétimo posto e descontou sua desvantagem para o líder do campeonato em míseros dois pontos. A prova, vencida por Kimi Räikkönen, marcou a atuação heróica de Giancarlo Fisichella, dono da pole position e da segunda posição final a bordo de uma modesta Force India.

Nem mesmo a excepcional vitória em Monza, na Itália - a terceira no circuito italiano -, foi capaz de fazer Barrichello encostar em Button - tudo porque o britânico completou a dobradinha da inacreditável Brawn GP. Restando quatro provas para o fim, o inglês liderava com 80 pontos, contra apenas 66 do brasileiro.

Para sonhar com o título, Rubens teria que chegar no mínimo à frente de Jenson nas etapas finais de 2009 - missão na qual falhou logo na etapa seguinte, em Cingapura, em prova vencida por Hamilton. No Japão, o triunfo ficou nas mãos de Vettel, que de quebra voltou a ameaçar a vice-liderança de Barrichello, sétimo colocado - Button chegaria em oitavo.

No Brasil, diante de sua torcida, o brasileiro voltou a viver momentos de glória: em uma sessão classificatória para lá de caótica em função da chuva, Rubens levou sua Brawn GP à pole position, com seu companheiro de equipe apenas em 14°. Se a corrida terminasse assim - e poderia perfeitamente terminar, já que a previsão de chuva para a prova era de 90% -, Barrichello sairia de Interlagos apenas quatro pontos atrás de Jenson e deixaria a decisão para a última corrida, em Abu Dhabi.

Mas o tradicional autódromo paulistano testemunhou uma tarde de sol a pino, de uma atuação estrondosa de Button - que galgou posições até cruzar a linha de chegada em quinto lugar - e de mais um dos intermináveis capítulos de azar de Rubens, que vinha para um consolador terceiro lugar até ver seu pneu furar a menos de cinco voltas para o final, cruzando a linha de chegada apenas em oitavo e vendo seu companheiro de equipe comemorar seu primeiro título mundial na categoria.

O GP de Abu Dhabi serviu apenas para cumprir tabela, mas trouxe boas disputas, atuações de destaque - como a de Kamui Kobayashi, que já havia roubado a cena em sua estreia, no Brasil - e uma excelente dobradinha da Red Bull, com Sebastian Vettel chegando à quarta vitória no ano e assegurando o vice-campeonato mundial.

Um campeonato morno com um campeão ao "acaso", moldado ao estilo perfeccionista do gênio Ross Brawn. Após o fim do campeonato, a Brawn GP foi vendida para a Mercedes e entrou para a história como a única equipe a disputar uma única temporada e ter 100% de aproveitamento, assegurando os títulos de Pilotos e Construtores. O time, que havia custado o valor simbólico de £ 1 às mãos do engenheiro inglês, foi vendido para a montadora alemã por £ 70 milhões. Talvez este tenha sido o melhor negócio da história da F-1, algo que, por todo o contexto, faz de Ross, e não de Button, o grande campeão de 2009.

Não existem carros com os números 18 e 19 pelo abandono da Honda F1, e não existe o número 13 porque em 1926, o piloto Giulio Masetti morreu pilotando um carro de mesmo número. Desde então, algumas categorias automobilísticas aboliram o número.

Brendon Hartley só recebeu a sua super-licença prévia para o Grande Prêmio da Espanha. Por isso, David Coulthard passou a ser segundo piloto tanto da Toro Rosso quanto da Red Bull nas corridas seguintes.

Em 16 de julho de 2009, a Toro Rosso anunciou oficialmente a demissão do francês Sébastien Bourdais, alegando que o piloto não correspondia as expectativas da equipe.

E em 20 de julho, a equipe anunciou o jovem espanhol Jaime Alguersuari como companheiro de Sébastien Buémi.

Após a acidente de Felipe Massa em Hungaroring, Michael Schumacher foi anunciado como substituto enquanto o piloto brasileiro estivesse afastado Porém com fortes dores no pescoço causadas por um acidente de moto em fevereiro, Michael não pode assumir o lugar de Massa e Luca Badoer assumiu o posto. No entanto, com os maus resultados em Valencia e em Spa, a Ferrari confirmou Giancarlo Fisichella, da Force India, como novo substituto. O piloto de testes Vitantonio Liuzzi assumiu o lugar de Fisichella.

Durante os treinos livres de sexta para o Grande Prêmio do Japão, Timo Glock foi substituído por Kamui Kobayashi. O motivo da substituição foi recomendação médica; Glock estava gripado, e os médicos recomendaram repouso, a fim de que ele pudesse se recuperar a tempo do treino livre de sábado.

Timo Glock não participou do GP do Brasil e do GP de Adu Dhabi devido a um acidente sofrido pelo piloto no GP do Japão. O piloto foi substituído pelo japonês Kamui Kobayashi, piloto de testes da Toyota

Sistema de pontuação
  • 1º lugar – 10 pontos
  • 2º lugar – 8 pontos
  • 3º lugar – 6 pontos
  • 4º lugar – 5 pontos
  • 5º lugar – 4 pontos
  • 6º lugar – 3 pontos
  • 7º lugar – 2 pontos
  • 8º lugar – 1 ponto

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