Asas móveis e KERS são o segredo do espetáculo das ultrapassagens na F1?

O Grande Prémio de Espanha, vai ser um grande teste às novas regras da Fórmula 1, pois se até aqui temos tido corridas onde os pilotos têm sido capazes de ultrapassar cada vez mais, o Circuito da Catalunha, em Barcelona, sendo uma pista rápida é uma das pistas onde tem havido menos ultrapassagens. Parece um contrassenso, com a enorme reta da meta, mas a rápida curva que antecede a reta, onde o monolugar perseguidor perde aproximadamente 7% de apoio aerodinâmico, valores que sobrem para 12% quando rodam a meio segundo do monolugar da frente, torna a vida complicada ao piloto perseguidor.

Num fabuloso artigo publicado por James Allen no seu site, este conhecido jornalista explica, depois de analisar informações disponibilizadas pela Mercedes, porque vai ser um Grande Prémio decisivo para se ficar a saber a validade das novas regras.

Como curiosidade, destaque para o facto de neste circuito o homem da pole, ter vencido a corrida 16 das 20 vezes que lá se correu, numa pista com uma média de 2.3 ultrapassagens desde 2008.

Para que se perceba que Barcelona vai ser um grande teste "às ultrapassagens" basta ver os valores que resultaram dos quatro primeiros Grandes Prémios: No total de ultrapassagens, foi sempre a subir, com o GP da Austrália (30), Malásia (70), China (90) e Turquia (112), e nestes números estão incluídas todas as ultrapassagens, mesmo aquelas onde os monolugares ultrapassados tinham problemas mecânicos.

Atente-se à percentagem de ultrapassagens sem a utilização do DRS: Austrália (40% do total de ultrapassagens), Malásia, 41%, China, 29% e Turquia, 28%. As ultrapassagens com a utilização do DRS (sempre relativamente ao total): Austrália, 17%, Malásia 24%, China, 30% e Turquia 36%.

Até aqui a média de ultrapassagens sem DRS por corrida é 24.5, a média com DRS, 22.25, a média de ultrapassagens por corrida, 75.5. recorde-se que nos últimos três GP de Espanha a média de ultrapassagens 'normais' (sem problemas mecânicos do monolugar da frente) foi 2.3. Sintomático! Nota-se claramente que à medida que os pilotos e as equipas melhor conhecem os pneus e o funcionamento do DRS, as ultrapassagens aumentam.

Há um fator ainda mais importante que o DRS nas ultrapassagens, os pneus, pois, por exemplo, os pneus macios degradam-se em média 0,3s por volta, o que significa que em três voltas a performance muda quase um segundo.

Por tudo isto, o GP de Espanha vai permitir, até aos homens da FIA, aprender muito com o DRS e KERS, não sendo de excluir que a FIA mude (e alargue) entre sexta e sábado a zona de ativação do DRS, se entender que isso terá reflexos no número de ultrapassagens.

No comments:

Post a Comment