Segurança na F-1 - Parte VI: o corajoso Hailwood no inferno de Kyalami

Vocês conhecem Valentino Rossi, né? Claro que sim, afinal ninguém poderia ignorar um pentacampeão mundial das 500cc nos Mundiais de Motovelocidade. Pois bem, o inglês Mike Hailwood era uma espécie de “Valentino Rossi” das motos nos anos 50 e 60.


Com grande rivalidade contra o mito supremo Giacomo Agostini, o britânico venceu 3 títulos das 250cc, 1 das 350cc e 4 títulos consecutivos das 500cc. Para vocês terem um comparativo, o australiano Michael Doohan conquistou 4 títulos das 500cc enquanto Valentino Rossi tem 5 títulos seguidos na mesma categoria.

Na péssima e perigosa Kyalami de 1972, o inglês Mike Hailwood já tinha corrido em algumas provas de Fórmula-1 entre 1963 e 1965. Ele voltou à categoria em 1971 e em 1972 entraria para a história do automobilismo mundial por um ato de extrema coragem.

Após um acidente de corrida no GP da África do Sul com o carismático suíço Clay Regazzoni, os dois carros se incendiaram. Os fiscais conseguiram apagar o incêndio na March de Hailwood, mas a BRM de Regazzoni estava em chamas, com o piloto suíço desmaiado.

Hailwood enfrentou o fogo, queimou as mãos mas conseguiu desafivelar o cinto do suíço e retirá-lo das chamas. Ambos sofreram apenas queimaduras leves, sem maiores danos. Vejam as imagens heróicas:


Depois da corrida, a esposa de Hailwood viu as imagens e falou para o marido: “Porquê você não me falou que havia feito isto?“. Ao que o piloto inglês respondeu: “Não foi nada, bombeiros fazem isto todos os dias…”

Pelo ato de bravura, Hailwood recebeu a “George Medal”, a mais alta condecoração recebida por um britânico por atos de bravura. Infelizmente, em 1980, um caminhão com um motorista embriagado bateu no carro de Hailwood, matando o multicampeão e sua filha Michelle, de nove anos.

Apenas seis corridas depois do heroísmo de Hailwood na África do Sul, outro inglês, David Purley, receberia uma medalha idêntica, mas em um momento bem mais triste…

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