Grande Prêmio da França de 1976

Após a primeira vitória de um carro com seis rodas, a F1 foi a Paul Ricard para a oitava etapa do campeonato de 1976 ainda se perguntando se a Tyrrell seria capaz de segurar a Ferrari e Niki Lauda. Mesmo gripado, o austríaco era o favorito para vencer na França e aumentar a sua já enorme vantagem sobre o segundo colocado Jody Scheckter, que tinha a metade dos pontos de Lauda. Porém, James Hunt melhorava de rendimento com o passar da temporada e o inglês conquistava a pole-position em Paul Ricard.


De olho no piloto da McLaren, Lauda ficou ao seu lado na primeira fila e mostrando o quão bom é o Tyrrell P34, Depailler ficou logo atrás. Quem surpreendia, não pelo talento, mas pelo carro que tinha em mãos, era José Carlos Pace, que colocou o pesado Brabham-Alfa Romeo em quinto no grid. Enfrentando vários problemas com seu Copersucar, Emerson tinha que se conformar com a 21º posição, enquanto Ingo Hoffmann, que teve outra chance de guiar um segundo carro na França, não largaria novamente.


Grid:

1) Hunt(McLaren) – 1:47.89

2) Lauda(Ferrari) – 1:48.17

3) Depailler(Tyrrell) – 1:48.59

4) Regazzoni(Ferrari) – 1:48.69

5) Pace(Brabham) – 1:48.75

6) Peterson(March) – 1:49.07

7) Andretti(Lotus) – 1:49.19

8) Watson(Penske) – 1:49.22

9) Scheckter(Tyrrell) – 1:49.63

10) Reutemann(Brabham) – 1:49.79


O dia 4 de julho de 1976 amanheceu radiante em Le Castellet e o início de verão europeu brindava um belo dia para uma corrida de F1. Mesmo num circuito onde a ultrapassagem não era um problema muito sério, Lauda resolveu forçar na largada e tomou a pole de Hunt, assumindo a ponta com facilidade. Emulando seu companheiro de equipe, Regazzoni pula para terceiro, seguido pelo surpreendente Peterson, Depailler e Pace.


Imprimindo um ritmo alucinante, Lauda disparava na ponta e na terceira volta já virava na casa de 1:51s, deixando Hunt sem condições de briga. Parecia mais uma vitória de ponta a ponta do austríaco, quando a sorte não lhe sorriu na oitava volta, quando o motor Ferrari explodiu e Lauda teve que abandonar. Porém, ficava claro que Niki venceria a prova se não fosse o problema em seu carro. Com isso, Hunt assumia a ponta, mas tinha em seu encalço Clay Regazzoni. O suíço perseguia o piloto da McLaren sem grande esforço, mas na volta 17, o motor Ferrari travou as rodas traseiras do carro de Regazzoni e o suíço acabou batendo nas telas de proteção. Era mais uma decepção para Regazzoni e para a Ferrari, que saía de Paul Ricard de mãos abanando, mesmo com o melhor carro do grid.


Com a saída das duas Ferraris, James Hunt passou a liderar a corrida com facilidade, mas a briga pelo segundo lugar era bastante interessante. Inicialmente, quem assumiu o 2º posto foi Patrick Depailler, mas o francês tinha nítidos problemas de equilíbrio no seu carro, muito veloz na reta, mas instável nas curvas. Atrás do francês, vinham Scheckter, Peterson, Watson e José Carlos Pace, usando a abusando da potência do motor Alfa Romeo, mesmo que isso lhe garantisse um carro extremamente desequilibrado nas curvas. Watson fazia uma bela corrida com seu novo Penske, que era considerado o carro mais belo do pelotão e ultrapassa Peterson, mas o sueco, andando muito forte com seu March, recuperaria a posição e na volta 34, se aproveita da perda de rendimento da Tyrrell de Scheckter para assumir a terceira posição. O sul-africano também tinha um bólido muito rápido nas retas e mesmo com o motor não funcionando 100%, conseguia segurar Watson e Pace, mas Scheckter acabaria caindo para sexto na volta 49.


James Hunt venceria com enorme facilidade e vibraria bastante com essa vitória e teria outro motivo para vibrar na segunda-feira. O tribunal de recursos da FIA aceitou o recurso da McLaren e devolveu-lhe os nove pontos da vitória no Grande Prêmio da Espanha, fazendo com que o inglês assumisse a segunda posição do campeonato, atrás de Lauda. Numa prova sem maiores sobressaltos após seu companheiro de equipe perder rendimento, Depailler chegou em segundo e garantia mais um pódio na temporada, mostrando uma grande regularidade do francês. Quando tudo indicava que seria o terceiro colocado, Peterson tem problemas com seu March quando faltavam três voltas e, que pecado, abandonava. Watson recebe a bandeirada em terceiro, mas posteriormente seria desclassificado por problemas nas medidas do seu Penske. Com isso, José Carlos Pace conseguiria um ótimo pódio com seu problemático Brabham-Alfa Romeo, na sua melhor corrida na temporada. Isso, até a Penske utilizar o mesmo artifício da McLaren e recuperar os pontos do irlandês. Mesmo perdendo três pontos de sua enorme vantagem na liderança, Niki Lauda provou em apenas oito voltas que tinha totais condições de ter vencido essa corrida e o título era apenas questão de tempo. Só um fato desastroso poderia tirar o bicampeonato de Lauda. E ele acabaria vindo...


Chegada:

1) Hunt

2) Depailler

3) Watson

4) Pace

5) Andretti

6) Scheckter

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